domingo, 16 de outubro de 2011

Mundo Despedaçado

Vislumbres destorcidos da mente humana
Estado de caos vida em colapso
Vitimas dos nossos próprios sentimentos
Infectados pelos nossos desejos de poder
Nossa inveja e egoísmo consumindo nossa vida
E tornando a nossa alma ensangüentada envenenada pelas mentiras
Nosso ódio fez esse mundo despedaçado

Aprisionados nas fronteiras de uma guerra secreta
Em meio ao fogo cruzado entre a verdade e as mentiras
Mas quem pode decidir o que é verdade? E o que é mentira?

Eu não vou perder o meu coração
Agora a consciência se tornou um paradoxo das nossas decisões
Eu não vou perder a minha alma
Toda a razão se perdeu nesse espiral de contradições
Eu não vou perder a minha mente
Quais são os valores dessa globalização mundial?
Eu não vou deixar a verdade pra trás

Nós perdemos o caminho
Nosso conhecimento nos tornou cínicos
Nossa inteligência duros e maus
Homem maquina com corações mecânicos e mentes mecânicas
Nossa maldade fez esse mundo despedaçado

Nunca se conformem com os padrões desse mundo
Mas sejam transformados pela renovação da mente
Para que possam se tornar inculpáveis e sem falta
No meio dessa geração perversa e depravada
Na qual vocês brilharão como estrelas

sábado, 9 de julho de 2011

Campos De Extermínio

Ao vivo dos nossos modernos campos de extermínio
Cenas de uma sociedade que devora os seus pobres
Pessoas vivas com almas mortas
Resignadas a se arrastar como sombras no chão

Se arrastando sob o peso de desigualdades pesadas
Humanos sem direitos ou dignidade
Com tristeza e medo e uma sensação de desesperança
Enfrentando adversidades todo santo dia

Vamos gritar juntos
Por cada um dos abandonados e esquecidos
Levante a sua voz
Pelo sonho da igualdade

Eu não viverei em silencio

Ao vivo dos nossos modernos campos de extermínio
Cenas de uma sociedade onde só os mais fortes sobrevivem
Indefesos diante da violência do progresso e do progresso da violência
Sob as trevas do medo e das ameaças
Vivendo esperando sem esperanças

Por que parece que não há cura para as feridas do meu povo?
Quem irá lutar pelos mais fracos
Será esse só mais um grito por justiça inaudível?

Eu estou cansado de escolher representantes que só me fazem se arrepender
Eu estou cansado de esperar por sonhos que eu jamais verei realizados
Temos que trilhar o caminho da resistência
Nesse mundo de dominação
Por que nenhum homem é melhor que o seu proximo

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Sentido Do Amor

                                             
Esquecemos o verdadeiro significado da palavra amor, não o amor romântico nem o amor erótico, mas o verdadeiro amor, aquele que nos impulsiona pra frente, contra as injustiças e desigualdades, que nos move ao socorro dos necessitados e por um instante faz nos esquecermos de nós mesmos e nos doarmos. É triste ver o estado de torpor que nos encontramos atualmente, insensíveis marchamos inconscientes como animais para o abatedouro alheios para com o que acontece ao nosso de redor.
Uma sociedade animalizada é o que nos tornamos lentamente, a cada tragédia que se sucede e a cada dia que passa nossa esperança se esvazia diluída nas lagrimas derramadas diante das injustiças, das tragédias humanas diárias nossa esperança se esvai.
E apesar de toda violência  e sangue derramado convenientemente esquecidos, engavetados no passado,arquivados em alguma gaveta empoeirada e embolorada da nossa consciência ,já entorpecida, anestesiada e conformada, forçada a se acostumar aos absurdos da vida ao show de horror diário que nos é imposto. A contra gosto seguimos, viramos o rosto fechamos o vidro, fechamos os olhos e prosseguimos contaminados.
Viciados, cauterizados, indiferentes ao sofrimento que nos cerca por todos os lados, nos fechamos cada vez mais isolados, uma sociedade anti social individualista mecanizada e solitária. Marchamos não respiramos, não vivemos apenas sobrevivemos calados movendo as engrenagens do grande sistema das coisas, tentamos por ordem no nosso pequeno caos
Sem perceber o quadro geral desse sistema já condenado, subtraímos nossos poucos dias, nosso já reduzido tempo de vida, incapazes de lutar contra as implacáveis Areias do tempo que escorregam inexoravelmente pela ampulheta da nossa vida. Olhamos impotentes a nossa vida passar,enfraquecidos, amedrontados, pusilânimes, pragmáticos, céticos, cínicos, acomodados demais para se rebelar, insurgir, fazer-se ouvir,resistir reencontrar o sentido perdido da palavra amor, por que como seres humanos só encontramos plenitude no ato de se doar, não no sentido de desistir ou se deixar pisotear e sim no sentido de estar pronto para estender a mão para quem precisar.      

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Citações


“Por uma só coisa anseio: aprender o que se esconde por trás dos fenômenos
Desvendar o mistério que me dá a vida e a morte, saber se uma presença invisível e imota
Se esconde além do fluxo visível  e incessante do mundo , pergunto e torno a perguntar golpeando o caos: quem nos planta nessa terra sem pedir licença? Quem nos arranca da terra sem pedir licença?
Sou uma criatura fraca e efêmera, feita de barro e sonhos, mas sinto em mim o turbilhonar de
As forças do universo.
Antes de ser despedaçado quero ter um instante para abrir os olhos e ver
Minha vida não tem outro objetivo. Quero achar uma razão de viver
De suportar o terrível espetáculo diário da doença, da fealdade, da injustiça  e da morte
Vim de um lugar obscuro, o útero; vou para outro lugar obscuro, a sepultura
Uma força me atira para fora do abismo negro; outra força me impele irresistivelmente
Para dentro “dele”                                    
                                        Nikos kazantizakis  

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Citações

               Kierkegaard

"Existem verdades nas quais temos de comprometer a nós mesmos,
Tão essenciais que a existência é incompreensível sem elas, e sem
As quais a vida não tem sentido
Verdades que forneçam um sentido para si, para aquele individuo concreto
Que vive aqui e agora cuja alma é incessantemente agitada pelas incertezas
Da existência e pelas escolhas diante das quais ela o coloca"

domingo, 25 de abril de 2010

Crime, castigo e ressureição

Encontrei um texto do Ricardo Gondim essa semana, coincidente mente bem quando eu estava terminando de reler o livro do Dostoievski, Crime e Castigo.
Gostei bastante da analise dele sobre o livro, por isso estou postando o texto aqui também :

Crime, castigo e ressurreição
Ricardo Gondim

Páginas e páginas da história estão abarrotadas de cadáveres. Milhões morreram devido a estupidez de Reis, ditadores, sacerdotes e mercadores. Guerras foram justificadas por questões econômicas. Massacres aconteceram para defender patriotismos imbecis. Genocídios se repetiram para que determinada religião prevalecesse. Gerações se comportaram com menos dignidade que os lobos – que não são predadores da própria matilha.

Em Crime e Castigo, Dostoiévski narra a vida de Raskólnikov, estudante desesperado pela miséria. Vendo-se explorado por Aliena Ivánovna, uma velha, usurária que sobrevive da agiotagem, Raskólnikov a assassina com golpes de machado. Para justificar seu homicídio, Raskólnikov, que era brilhante, engendra uma teoria: existem dois tipos de indivíduos, os “ordinários” e os “extraordinários”. Os “ordinários” são aqueles que se contentam em reproduzir, e caminham anônimos pela existência; eles fazem parte das massas, e vagam como manada. Já os “extraordinários” são os responsáveis pela história e sobre seus ombros recai o dever de conduzir os destinos da humanidade.

Raskólnikov se inspirou em Napoleão antes de decidir matar. Ele se lembrou que o imperador verteu rios de sangue para solidificar a burguesia francesa que necessitava de uma estrutura bancária. Seu pensamento foi mais ou menos o seguinte: “Ora, se a história absolveu Napoleão, que matou milhões em nome de um projeto econômico, porque eu, Rodion Románovitch Raskólnikov, não posso acabar com uma decrépita, que repete na microestrutura o que o sistema bancário faz na macroestrutura?”.

Neste pressuposto, Dostoiévski critica o projeto da modernidade. A modernidade, que transformou o século XX no mais sanguinário da história, se desenvolveu com a lógica sacrificial de que indivíduos podem ser descartados. Quem vai julgar a indústria do leite em pó, que promoveu um infanticídio na África ao incentivar o abandono do aleitamento materno? As grifes famosas, que exploram o trabalho escravo na Ásia para maximizar lucros, permanecerão impunes? Quem há de protestar contra o absurdo de uma xícara de café custar, na Europa, mais que um dia de trabalho em fazendas da América do Sul? George W. Bush vai mesmo desfrutar uma vida abastada e longa no Texas, sem sofrer nenhum processo em tribunais internacionais?

Os “extraordinários” se sentem imunes e impunes. Em nome do processo civilizatório, do capitalismo que mantém a engrenagem econômica em movimento e do progresso, vidas são eliminadas, inclusive, com efeitos colaterais perversos. Danem-se os pobres, as crianças e os deficientes. “Algum preço tem que ser pago para que a humanidade progrida e alcance seu fim glorioso”, afirmam.

Em cima de tal lógica, Raskólnikov jamais admitiu ter matado a velha. Para ele, um "princípio" foi eliminado. Aliena era um obstáculo, um “piolho”, que estorvava o seu caminho.

Profeta adiante de sua época, Dostoiévski expôs a inclemência do capitalismo, que não tem escrúpulos de mercadejar com a alma humana. As grandes fortunas, os mega empreendimentos, as ideologias absolutas, junto com as religiões dogmáticas, não têm coração; não sentem remorso. Mas Raskólnikov sofreu. Sua consciência não o deixava em paz, teve febre e foi para o fundo do poço. A mensagem final do livro é: existe a possibilidade de um novo começo para indivíduos maus; as estruturas sociais, religiosas e econômicas, entretanto, se depravaram e nunca vão parar de assassinar.

Soli Deo Gloria

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Ilusões

Pecar pelo silêncio quando devemos protestar transforma homens em covardes
Nossa sociedade atual é tão egoista
Implacavel nos seus desejos de poder
Escravizados pela nossa busca consumista por estilo
Iludidos pelo estilo Americano de vida

Os idolos da nossa geração são feitos de implantes
Pessoas de mentira,Faces e corpos de plástico
Adorados como deuses

Quem irá se lamentar por nós?
Quem irá enxugar nossas lágrimas?
Quem terá pena de nós?
Por quanto tempo nós seremos impuros?

Nós vendemos nossos corpos e almas para esses deuses dos prazeres fáceis
Sem nenhum traço de culpa ou remorso
Que tipo de pessoas estamos nos tornando? o pior?
Por que 'diabos' nós estamos nos auto destruindo?
Como uma bomba relógio na contagem regressiva para explosão

Com respostas misticas para os problemas da vida
Nossos jogos politicos nunca funcionaram afinal
Não há futuro dentro desses corações mortos
Estamos nos afogando no mar de sujeira interior

É isso o que você quer?
É disso que você precisa?

domingo, 6 de dezembro de 2009

Escolhas e Consequências


Esse texto é meio que uma continuação da reflexão que eu estava fazendo no texto anterior: "Meu Universo"
Eu continuo pensando em todos os fatores que formam a nossa identidade, ou seja nos tornam o que nós somos
mas agora de um angulo diferente, o da causa e efeito, ação e reação, atos e consequências.
A natureza humana e as leis da nossa existência estão conectadas de uma maneira assombrosa, o homem é
uma mistura de multiplicidades de personalidades,variações de humor,estados e níveis de consciência variados
( De médico e de louco todo mundo tem um pouco, já dizia o ditado popular )e a vida é uma quase infinita variação de possibilidades
e consequências inerentes a cada uma de nossas escolhas.
O filósofo dinamarquês Soren Abbye Kierkegaard disse: "Para o homem existir é encontrar-se sempre confrontado à multiplicidades
de possibilidades" ou seja ele fundamentou toda a sua filosofia nas infinitas possibilidades de escolha do homem e na importância de cada infima
escolha: "Os seres não são nada além de possibilidades" ou seja o individuo é o unico responsável pela sua própria existência, pela cadeia de reações intrinsecas a cada ato.
Recentemente eu terminei de ler o livro: "Recordações da casa dos mortos" do escritor russo Fyodor Dostoievski onde ele descreve a prisão de trabalhos forçados na Sibéria, traçando
o perfil psicológico dos condenados, militares e camponeses da região.
É impressionante como ele detalha com uma riqueza impar,cada personagem levantando questões filosóficas sobre a natureza humana e as consequências de cada ato praticado conscientemente
ou não.
Quer dizer,se cada escolha oferece possibilidades e consequências, isso significa que um ato impensado pode arruinar um belo futuro ou talvez salvar um futuro arruinado,
e cada ato friamente calculado também pode oferecer consequências prejudiciais...
Destino? Coincidências? Acaso? Predestinação?
A vida continua um mistério...

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Desfaço 76

O PRIMEIRO filósofo que li ainda adolescente, um dinamarquês chamado
Kierkegaard, escreveu que "a pessoa que fala sobre a vida humana, que muda
com o decorrer dos anos, deve ter o cuidado de declarar a sua própria idade aos
seus leitores". E isso porque não temos pela manhã as mesmas ideias que temos no fim do dia
. Uma ideia dita de manhã abre um cenário. A mesma ideia dita no crepúsculo
abre outro cenário diferente.
Monet sabia disso. Sabia que um monte de feno que as vacas identificavam
como o mesmo através das horas do dia, sob as diferentes oscilações da luz,
se tornavam outros. Assim, ele não pintava o mesmo monte de feno várias vezes:
ele pintava os vários montes de feno que se revelavam sob as oscilações da luz.
Apresso-me, portanto, a revelar a minha idade, para que os meus leitores vejam
o que estou vendo. Hoje, dia 15 de setembro de 2009, estou desfazendo 76 anos.
Minha idade pinta uma paisagem crepuscular.
O revisor se apressará a corrigir o meu erro. Eu devo ter me distraído, coisa
compreensível na minha idade... Não há nem na literatura nem na linguagem comum
exemplo desse uso estranho da palavra "desfazer" para se referir ao que acontece
num aniversário. O certo é "fazer". Ato contínuo ele deletaria o "des"
e o texto ficaria liso, sem causar tropeções no leitor: hoje, dia 15 de setembro,
o Rubem Alves está "fazendo" 76 anos. Assim tem sido minha relação com
revisores: desentendemo-nos sobre a vida e sobre as palavras...
Aí me veio à memória uma observação de Rolland Barthes que não consigo
repetir por não ter encontrado o livro: ele disse (perdoem-me se me engano!)
gostar dos textos que fazem tropeçar e não dos textos próprios para deslizar.
O deslizamento deixa os pensamentos do jeito como estavam, enquanto que o
tropeção e o tombo são ocasiões para o susto e a súbita iluminação.
É um equívoco contabilizar o número dos anos vividos na coluna da adição.
Adição é a coluna do "mais". Diz que algo aumentou. Mas o que aumentou?
A vida? Na contabilidade dos anos de vida, tudo que parece "mais" é, na realidade,
um "menos". O número contabiliza os anos que foram desfeitos. Chronos
é o deus cruel que devora os seus filhos...
O correto seria perguntar ao aniversariante: "Quantos anos você não tem? E ele
responderia "Eu não tenho 42". "Quantos anos você está desfazendo hoje? Estou
desfazendo 54..."
Lá estão as velinhas sobre o bolo, coroadas pelo fogo, maravilhoso símbolo da
vida. Aí todos começam a bater palmas, a sorrir e a cantar: o aniversariante irá
apagar as chamas com um sopro. No seu lugar ficarão os pavios negros,
retorcidos, soltando fumaça, trevosos. Apagadas as velas, todos batem palmas e
riem. Confesso que não entendo...
Bachelard o disse com delicadeza insuperável: "A vela que se apaga é um sol
que morre. O pavio se curva e escurece. A chama tomou, na escuridão que a
encerra, seu ópio. E a chama morre bem; ela morre adormecendo"...
Quero que minha chama se apague adormecendo. Não quero que um sopro forte
apague o meu fogo. Espero que minha vela vá se desfazendo vagarosamente...
No meu aniversário não haverá velinhas a serem apagadas com um sopro bruto.
Vou mesmo é acender uma vela bem grande que deverá ser acesa e ficar acesa
até que o último amigo se despeça. Então eu e minha vela, sozinhos como dois
amantes, nos despediremos... Até o ano que vem, se os ventos não forem
fortes...

Rubem Alves, na Folha de S.Paulo.

p.s: Postei este texto por que não consegui achar nenhum que expressasse melhor
a minha opinião sobre aniversários....a propósito ontem eu desfiz 28 anos.